A mais longa e tumultuada sessão da história da Assembleia Legislativa do Paraná terminou com o plenário ocupado por manifestantes e sem que os deputados conseguissem votar um projeto popular que tenta impedir a privatização da Copel (a companhia energética do Estado).
O presidente da Assembleia, Hermas Brandão (PTB), após reunião à tarde com o governador Jaime Lerner (PFL), marcou para hoje de manhã o reinício da sessão, em um anexo conhecido como “Plenarinho”.
Os líderes da invasão disseram que a depredação foi um “incidente”. Não há estimativas sobre prejuízos, mas Brandão afirmou que o local terá de ficar interditado por 15 dias para reformas. A invasão da Assembleia foi o desfecho de uma sessão em que aconteceu de tudo: deputado sofrendo infarto, troca de socos e pontapés, denúncia de sequestro de político e até senador saindo às pressas de Brasília para intervir na votação em Curitiba.
Quando a oposição já admitia a derrota, contabilizando 27 votos a favor do governo e 25 contra, veio a primeira surpresa da conturbada sessão. O deputado Chico Noroeste (PFL), do bloco governista, declarou que votaria contra a venda da Copel. O alvo da oposição para virar o placar passou a ser então o deputado Luiz Fernandes Litro (PSDB), que foi imediatamente retirado do plenário por integrantes da bancada governista.
Oposicionistas classificaram o ato como “sequestro”, pois não tinham acesso a Litro -ele ficou trancado com deputados governistas em uma sala por quase duas horas. Em seguida, entrou em cena o senador Álvaro Dias (sem partido), que saiu de Brasília em vôo fretado e chegou a Curitiba de madrugada. Contrário à privatização, ele tentou em vão demover Litro da ideia de apoiar o governo.
Contribuição: Heittor Túlio