Por Roberto Leite
Há algumas décadas, a Pessoa com Deficiência era determinada como alguém que não atendia ao padrão de normalidade para o convívio, ensino, lazer e trabalho, e com esta perspectiva, ela tinha de ser “tratada”, buscava-se a cura ou tentava-se torná-la o mais próximo do que era tido como normal. Nesta época, o conceito de Pessoa com Deficiência era clínico-médico, e a deficiência era unicamente uma condição do indivíduo. Algum tempo depois, começaram alguns debates que passaram a considerar as barreiras que a sociedade oferecia, como condições a serem levadas em conta e que impediam as Pessoas com Deficiência de estudar, ir e vir, se divertir e trabalhar. Assim o modelo social de deficiência passou a ser desenvolvido.
No modelo social a deficiência é tida como uma característica que compõe a diversidade humana, sendo assim, a sociedade deveria desenvolver métodos e tecnologia para remover as barreiras de quaisquer tipos. Na esteira de buscar um conceito de Pessoa com Deficiência que atenderia tanto o modelo clínico-médico quanto o modelo social, a partir de inúmeros estudos e debates passa a ser desenvolvido o modelo biopsicossocial. No modelo biopsicossocial, a deficiência é compreendida como uma condição biológica, psicológica e social. A deficiência é entendida como uma das características da pessoa; não a define, mas constitui sua identidade.
Nessa nova visão, implementada no ano de 2001, e inserida nas graduações e pós-graduações de diversos cursos, — as barreiras são consideradas fatores ambientais que, por presença, limitam o desempenho da pessoa construindo a diferença. Desse modo, a deficiência é definida como características da saúde de uma pessoa e da sua interação com os fatores do meio externo, ou seja, as formas como a sociedade reage às condições de saúde do sujeito e compreende a deficiência enquanto condição social.
Considerando que, para chegar ao local de trabalho, é necessário que a Pessoa com Deficiência saia de sua casa e passe por vias públicas, utilize, quando necessário o transporte, que pode ser coletivo ou individual, e que chegue ao local de trabalho com segurança, conforto, autonomia e independência. Para que o trabalho seja uma realidade para as Pessoas com Deficiência e sociedade, é necessário haver acessibilidade em todos os meios e ambientes somente com acessibilidade teremos inclusão.